Oito em dez brasileiros não guardam dinheiro para a aposentadoria
Os brasileiros não têm o costume de guardar dinheiro para a aposentadoria: oito em cada dez pessoas (78%) admitem que não estão se preparando financeiramente para o momento em que vão parar de trabalhar.
A estimativa é de que cerca de 104,7 milhões de adultos acima de 18 anos ainda não aposentados não guardam recursos para esta fase da vida, de acordo com a pesquisa “O Preparo para Aposentadoria no Brasil”, realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) Brasil e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
Segundo os dados, entre os que não se preparam para a aposentadoria, 47% disseram que não sobra dinheiro no orçamento e 22% estão desempregados. Além disso, uma fatia de 19% já tentou guardar dinheiro com esse objetivo, porém, precisou parar devido a problemas financeiros. Por fim, 15% têm outros planos e prioridades.
Entre os profissionais que começaram a se preparar, mas pararam de guardar dinheiro, os principais motivos foram os problemas financeiros (36%), desemprego (35%) e imprevistos pessoais e/ou familiares (29%). A intenção da maioria das pessoas que pararam de guardar dinheiro para a aposentadoria pretende voltar (92%), porém, 52% ainda não têm uma data definida para isso.
Brasileiro pretende se aposentar aos 61
A pesquisa identificou os meios mais comuns para se preparar para a aposentadoria. São eles a aplicação em poupança (39%), INSS pago pela empresa (30%) e INSS pago por conta própria (23%).
Em média, o valor reservado, independentemente da frequência de reserva, é de R$ 371,38. Atualmente, o valor médio total aplicado e destinado a aposentadoria é de R$ 20.726,76.
O levantamento também revelou a idade média em que os entrevistados começaram a poupar para a aposentadoria é aos 28 anos. Em média, os entrevistados pretendem parar de trabalhar aos 61 anos.
Por outro lado, 21% pretendem continuar trabalhando de forma integral ou parcial, principalmente porque querem se manter ativos (60%) ou por gostarem do seu trabalho (18%).
De acordo com os entrevistados, as principais atividades planejadas para o período da aposentadoria são viajar (60%), seguida por passar mais tempo com os amigos e a família (50%) e ter novos passatempos (42%).
Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, não é nada promissor o fato de que milhões de brasileiros estejam envelhecendo sem planejar o futuro ou pensar em como irão manter-se.
“Estamos vivendo um período de transição, e mesmo com a reforma da Previdência parada no Congresso no momento, é muito provável que as regras sejam alteradas num futuro próximo, já que o sistema previdenciário, hoje, corre o risco de entrar em colapso em pouco tempo. Em qualquer cenário, depender apenas do INSS não é recomendável. O ideal é pensar em uma combinação entre a previdência pública, que é vitalícia, e uma preparação por conta própria, que comece cedo e seja constante ao longo dos anos”, alerta Kawauti.